Durante o encontro, realizado pela comissão especial da Câmara dos Deputados responsável por acompanhar o combate ao câncer no Brasil, os profissionais destacaram que a nutrição especializada já está prevista na legislação, mas ainda não foi devidamente regulamentada pelo Poder Executivo.
A nutricionista oncologista Simone Kikuchi enfatizou que a nutrição especializada não tem o objetivo de substituir a alimentação tradicional, mas sim complementar as necessidades nutricionais dos pacientes. Ela explicou que boa parte dos pacientes com câncer chegam ao diagnóstico já desnutridos e enfrentam dificuldades para se alimentar adequadamente, principalmente devido aos efeitos colaterais dos tratamentos, como náuseas e vômitos.
O médico oncologista e nutrólogo Pedro Dal Bello reforçou a importância da nutrição especializada, especialmente em casos onde o paciente não consegue se alimentar de forma adequada devido às complicações causadas pelo tratamento do câncer. A paciente em tratamento, Letícia Caprio, compartilhou sua experiência em lidar com a mucosite, condição que afeta a mucosa e dificulta a alimentação.
O deputado Weliton Prado salientou que a terapia nutricional especializada está prevista na legislação e que a sua implementação é fundamental para garantir o cuidado integral aos pacientes com câncer. Carmen dos Santos, coordenadora-geral de Atenção Especializada do Ministério da Saúde, reconheceu a importância da terapia nutricional, mas ressaltou que a regulamentação da medida depende de estudos relacionados ao impacto financeiro e orçamentário.
Diante desse cenário, os profissionais e autoridades presentes no debate buscam sensibilizar o governo para a necessidade de atualização das portarias e a garantia do acesso à nutrição especializada para os pacientes com câncer. A discussão continua, agora com a expectativa de que o Poder Executivo analise e tome as medidas necessárias para assegurar esse direito fundamental aos pacientes em tratamento oncológico.