Fernando Vieira, presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Jogo Responsável, apontou que cerca de 50% das operadoras de apostas online ainda atuam clandestinamente. Em sua apresentação, Vieira trouxe à tona um estudo recente que revela a magnitude do setor: o mercado legal de apostas movimenta, atualmente, em torno de R$ 38 bilhões, enquanto o mercado ilegal pode girar entre R$ 26 bilhões e R$ 40 bilhões. Essa discrepância é alarmante e levanta questões sérias sobre a segurança e a integridade do setor, especialmente quando se considera os riscos de envolvimento de crianças e adolescentes nas apostas.
Além dos tópicos regulatórios, a arrecadação do governo é uma preocupação significativa. Vieira ressaltou que a ilegalidade representa perdas de cerca de R$ 10,8 bilhões anuais em potencial arrecadação de impostos. Esse dado sublinha a importância de intensificar esforços para controlar e monitorar as atividades clandestinas.
André Wainer, coordenador de Monitoramento e Lavagem de Dinheiro da Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, informou que atualmente existem 80 empresas devidamente autorizadas a explorar o mercado brasileiro. Ele revelou que os esforços de fiscalização começaram após a regulamentação da lei em 2023, resultando no bloqueio de aproximadamente 17 mil sites que operavam sem autorização, uma média de 1,7 mil por mês. Wainer também comentou sobre o acompanhamento das transações financeiras para orientar ações contra as operadoras ilegais.
O deputado Caio Vianna (PSD-RJ), que propôs a realização desse debate, enfatizou a necessidade de uma abordagem mais efetiva, sugerindo que a “asfixia financeira” deveria ser a estratégia principal para desestimular o mercado ilegal. “Acredito que a forma mais rápida e eficiente que temos de coibir esse mercado é através dos meios de pagamento. Apenas derrubar sites não é suficiente, pois os criminosos são ágeis em reativar suas operações em novas plataformas,” afirmou Vianna.
Essa reunião na Câmara dos Deputados sinaliza a determinação das autoridades em combater a ilegalidade no setor de apostas, buscando não apenas regularizar e fomentar o mercado legal, mas também garantir a proteção da sociedade e a arrecadação de tributos essenciais.