Durante o evento, Wagner Martins, coordenador do Colaboratório de Ciência, Tecnologia, Inovação e Sociedade da Fiocruz em Brasília, ressaltou que o Brasil possui cerca de 20% da biodiversidade mundial, mas apenas 5% são explorados. Ele apresentou um programa da Fiocruz que visa implantar estações de processamento de plantas medicinais em assentamentos de agricultura familiar, possibilitando a produção de insumos para uso no Sistema Único de Saúde (SUS) e pela iniciativa privada.
No entanto, Martins apontou a dificuldade em implantar o programa nos 13 estados previstos devido ao alto custo de cada estação, estimado em cerca de R$ 1 milhão. Para viabilizar o projeto, a Fiocruz está articulando ações com diversos setores, incluindo os ministérios do Desenvolvimento Social, do Desenvolvimento Agrário e da Saúde, além da Fundação Banco do Brasil e da própria Câmara dos Deputados.
Regilane Fernandes, coordenadora-geral do MDA, admitiu que os recursos para a agricultura familiar são limitados e destacou a necessidade de uma força-tarefa para garantir um orçamento compatível com a demanda do setor. A secretária de políticas sociais da Contag, Edjane Rodrigues, enfatizou que o programa de bioeconomia de plantas fitoterápicas resultou de um curso realizado em parceria com a Fiocruz, capacitando inicialmente 45 agricultoras.
Além disso, o deputado Fernando Mineiro, novo coordenador da frente parlamentar da bioeconomia, ressaltou a importância das plantas medicinais para a agricultura familiar e destacou a necessidade de uma política nacional na área. A Contag também lançou a cartilha “Plantas Medicinais e Fitoterápicos na Agricultura Familiar” durante o seminário, que contou com a presença de 207 deputados e três senadores.
Em resumo, a discussão sobre a bioeconomia relacionada às plantas medicinais na agricultura familiar busca impulsionar o setor e garantir o acesso a insumos de qualidade para a saúde da população, por meio de parcerias e iniciativas articuladas entre diversos órgãos e entidades.
