Câmara aprova bloqueio de conteúdo impróprio em computadores públicos para proteger crianças e adolescentes em escolas e instituições de uso coletivo.

A Comissão de Comunicação da Câmara dos Deputados avançou na aprovação de um importante projeto de lei que visa a restrição de acesso a conteúdos sexualmente explícitos em máquinas de uso público conectadas à internet. A proposta, que busca proteger o desenvolvimento de crianças e adolescentes, estabelece o bloqueio de material considerado impróprio em locais como escolas, bibliotecas, telecentros, centros comunitários, unidades de saúde e outras repartições públicas que oferecem acesso à rede.

O projeto, agora sob a forma de um substitutivo elaborado pelo relator, deputado Gilvan Maximo, do Republicanos do Distrito Federal, modifica a proposta original apresentada pelo deputado Júnior Mano, do PSB do Ceará. A mudança mais significativa foi na terminologia utilizada; enquanto a proposta inicial se referia especificamente a “conteúdo pornográfico”, o texto revisado optou por uma expressão mais ampla e precisa. Maximo justificou essa alteração ao mencionar que documentos oficiais, como o Estatuto da Criança e do Adolescente e diretrizes do Ministério da Justiça, utilizam definições baseadas na análise de “conteúdo sexual e nudez”, evitando assim interpretações subjetivas que poderiam comprometer a eficácia da norma.

O relator enfatizou a importância de que a responsabilidade pelo bloqueio recaia sobre as autoridades responsáveis pela gestão dos terminais públicos. Segundo ele, a designação clara de quem deve cumprir esse papel é fundamental para assegurar a efetividade do bloqueio e facilitar a fiscalização e eventual responsabilização em casos de descumprimento.

Além disso, a proposta incorpora essas medidas ao Marco Civil da Internet, legislação que já permite que usuários configurem sistemas em seus dispositivos para restringir conteúdos inadequados para menores de idade.

O projeto, que já passou por uma análise inicial, agora se encaminha para a Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Para que a proposta se torne lei, será ainda necessário obter a aprovação tanto dos deputados quanto dos senadores. O andamento do projeto e suas implicações refletem um crescente esforço legislativo para garantir um ambiente digital mais seguro para a juventude no Brasil.

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