O objeto, datado do século II d.C. e esculpido em ágata com listras pretas e brancas – também conhecida como ônix – provavelmente foi criado em Aquileia, um centro importante de comércio e artesanato na costa Adriática. A peça retrata a figura de Medusa, uma personagem da mitologia grega que, conforme as lendas, era uma bela sacerdotisa transformada em um monstro com cabeleira de serpentes. Essa transformação, como reza a história, aconteceu após Medusa ser violentada por Poseidon no templo de uma deusa. Como um símbolo de proteção, sua imagem era frequentemente utilizada para afastar o mal.
A esculpagem da Medusa no camafeu é elaborada; o fundo preto do ônix contrasta com o branco translúcido nas partes mais finas dos cabelos, criando um efeito visual impressionante. Essa técnica permitiu um trabalho detalhado, evidenciado pela maneira como o rosto e os cabelos da górgona foram moldados.
Embora o camafeu seja pequeno, seu formato e dimensões indicam que ele não servia como anel ou brinco, sugerindo que estava provavelmente inserido em um pingente. A importância desse achado é reforçada pelo contexto histórico, já que o assentamento de Hallstatt, conhecido por sua localização à beira do lago, era controlado pelo Império Romano durante o primeiro século.
Essa descoberta não apenas acrescenta um novo capítulo à história da arte romana, mas também enriquece nosso entendimento cultural daquela época, revelando a complexidade das figuras mitológicas e a habilidade dos artesãos romanos. O camafeu simboliza uma interseção entre estética e narrativa, representando não apenas arte, mas também crenças e histórias que ecoam através dos tempos.









