A Caixa Econômica Federal fez um importante anúncio nesta segunda-feira ao revelar o lançamento do Benchmark Interativo para Projetos de Baixo Carbono (BIPC), uma plataforma inovadora que visa a avaliação de projetos imobiliários sustentáveis. Desenvolvida em colaboração com a Universidade de São Paulo (USP), essa ferramenta permitirá a mensuração precisa das emissões de CO₂ oriundas de empreendimentos habitacionais financiados pela instituição.
O BIPC opera por meio de uma análise abrangente do impacto ambiental dos projetos. Ele levará em conta diversos fatores, como diferentes tipos de construções, quantidades de pavimentos, estruturas (como vigas e pilares) e os materiais utilizados, como o concreto. Essa abordagem possibilitará a identificação de pontos que podem ser aprimorados, promovendo alternativas mais sustentáveis dentro do setor da construção civil. Inicialmente, a plataforma se concentrará em projetos relacionados ao programa Minha Casa, Minha Vida, cuja padronização facilita o acompanhamento e a consecução de metas de redução de emissões.
Carlos Vieira, presidente da Caixa, destacou a relevância do setor de construção civil para a economia nacional, que representa aproximadamente 10% do PIB e é responsável por gerar entre 20% e 25% de todos os postos de trabalho no Brasil. Durante o lançamento, Vieira enfatizou que a iniciativa marca um passo significativo na direção de financiar melhorias habitacionais com foco na sustentabilidade, democratizando o acesso à mensuração do impacto ambiental.
Além do BIPC, o banco anunciou novas metas ambiciosas de sustentabilidade e governança. A Caixa pretende aumentar em 50% a sua carteira de crédito verde até 2030, atingindo um total de R$ 1,25 trilhão. Mencionou também a prioridade em financiar projetos com efeitos positivos para o meio ambiente e a sociedade. Outro compromisso é elevar a participação de mulheres em cargos de liderança para 36% até 2030, seguindo a diretriz atual de que pelo menos um terço das posições de chefia sejam ocupadas por mulheres.
Com um objetivo audacioso de zerar suas emissões líquidas de carbono até 2050, a Caixa se compromete a incluir tanto as emissões diretas quanto as indiretas provenientes dos projetos financiados. Com a implementação de um modelo de economia circular, o banco busca reduzir significativamente a quantidade de resíduos enviados para aterros e eliminar sua destinação para incineração.
Jean Rodrigues Benevides, vice-presidente de Sustentabilidade da instituição, ressaltou que esses compromissos foram feitos às vésperas da COP30, que ocorrerá em Belém (PA). Ele sublinhou a importância de pensar em soluções inovadoras e sustentáveis, destacando que a Caixa está firme no caminho para um futuro mais verde, em parceria com o setor e as universidades. Essa iniciativa representa um passo significativo em busca de um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e cuidado ambiental.
