Este fenômeno ocorre em um contexto no qual a ideia de abolir a monarquia também começa a ganhar adeptos. Atualmente, 15% da população britânica apoia essa proposta, um aumento considerável em relação a somente 3% em 1983. O relatório observa que, apesar do pico no apoio à abolição, uma maioria ainda prefere manter a estrutura monárquica, com 58% dos entrevistados defendendo sua continuidade.
A divisão geracional é uma característica notável na pesquisa; os mais velhos e afins a ideais de direita tendem a apoiar a monarquia, enquanto os mais jovens, frequentemente associados a partidos e movimentos de esquerda, mostram maior preferência por um chefe de Estado eleito. Essa disparidade sugere que mudanças na percepção da monarquia estão correlacionadas com transformações sociais mais amplas e um ambiente político em constante evolução.
Além dessa crise na monarquia, um outro dado relevante é que o apoio ao governo britânico, sob o comando do Partido Trabalhista liderado por Keir Starmer, também apresenta um quadro preocupante. Em uma pesquisa realizada pelo instituto YouGov, somente 20% dos eleitores afirmaram que votariam no Partido Trabalhista. O partido populista de direita Reform UK vem emergindo como uma nova força política, liderando as intenções de voto com 28%, seguido pelos Conservadores e Liberal-Democratas, que registram 17% e 16%, respectivamente.
Esses dados evidenciam um cenário em que o tradicional sistema monárquico e as estruturas de apoio partidário estão enfrentando desafios sem precedentes. A crescente insatisfação com a monarquia e a desconfiança em relação ao governo atual podem sinalizar um período de transição importante na política britânica, onde os antigos paradigmas estão sendo contestados e reavaliados pela sociedade.