A cafeína, substância ativa presente no café e em várias outras bebidas estimulantes, atua diretamente no sistema nervoso central. Um de seus principais efeitos é o bloqueio da adenosina, um neurotransmissor que induz à sonolência. O consumo de café pode proporcionar um estado de alerta que pode durar de seis a oito horas, o que significa que uma xícara tomada no final da tarde ou à noite pode interferir no ciclo de sono.
Embora alguns consumidores afirmem que conseguem dormir rapidamente mesmo após ingerir café à noite, esse hábito pode ter consequências subestimadas. A presença da cafeína no organismo altera as fases do sono, especialmente o sono profundo e o sono REM. Essas fases são cruciais para a consolidação da memória, o equilíbrio hormonal e a recuperação física. Portanto, apesar de o corpo conseguir “desligar”, a recuperação não ocorre de maneira plena, resultando em um sono menos reparador.
Com o tempo, esse padrão de consumo pode levar a problemas mais sérios, como fadiga crônica, diminuição das capacidades cognitivas, elevação dos níveis de estresse e um maior risco de distúrbios do sono, incluindo a insônia. Diante disso, especialistas recomendam que a ingestão de café ocorra preferencialmente até o início da tarde. Para aqueles que possuem uma maior sensibilidade à cafeína, opções como a redução do consumo ou a escolha de produtos descafeinados podem ser mais adequadas.
Em síntese, ao se pensar em qualidade do sono, é fundamental considerar que não é apenas a quantidade de horas dormidas que importa, mas sim a qualidade desse sono. O café, mesmo em quantidades discretas, pode ter um impacto significativo nesse processo, comprometendo a capacidade de descanso e recuperação do corpo. Portanto, é essencial estar ciente dos horários e das quantidades consumidas para garantir um sono verdadeiramente reparador.