A descoberta ocorreu no início de 2019 e, ao tomarem conhecimento do achado, os caçadores de tesouros, que utilizavam detectores de metais, não podiam acreditar em sua sorte. Eles relataram a descoberta ao Museu Britânico através do Portable Antiquities Scheme, uma iniciativa que visa registrar achados arqueológicos na Grã-Bretanha. O tesouro é composto por uma combinação de moedas saxônicas e normandas, refletindo um período turbulento e transformador na história inglesa, que vai de 1066 a 1068. Este foi um momento crucial, que marca a transição do domínio saxônico para o normando, após a famosa Batalha de Hastings.
Os especialistas acreditam que as moedas foram enterradas como forma de proteção em meio à instabilidade política da época. A importância do achado é enfatizada por Michael Lewis, chefe da seção de antiguidade do Museu Britânico, que destacou a oportunidade que este tesouro oferece de aprofundar a compreensão sobre um dos anos mais significativos da história inglesa—1066. Esta foi a data em que William, o Conquistador, derrotou o rei Harold II, alterando permanentemente a linha de governantes da Inglaterra.
O tesouro não é composto apenas por moedas normandas, mas também por aquelas que representam o último rei saxão coroado, Harold II. As moedas são notavelmente semelhantes, seja antes ou depois da invasão, apresentando imagens de rei de perfil e emblemas diferentes em seus reversos. A moneta de Harold II, por exemplo, exibe a palavra “paz”, enquanto a de William I é adornada por uma cruz ornamentada.
Após sua aquisição, o tesouro foi homenageado em sua região de origem e agora encontra-se em exibição no Museu de Somerset, localizado a cerca de 200 quilômetros a sudoeste de Londres, onde promete encantar e educar o público sobre um dos períodos mais fascinantes da história britânica. A exibição anterior no Museu Britânico e em outros locais pelo país também contribuiu para o seu valor histórico e cultural, solidificando ainda mais sua relevância no contexto arqueológico global.