O líder húngaro argumentou que a Comissão Europeia tem sistematicamente desconsiderado os princípios legais que regem a união, ao tentar prolongar o conflito na Ucrânia, que ele considera insustentável. “Bruxelas está cruzando o Rubicão. A votação por escrito que ocorrerá ao meio-dia causará consequências irreversíveis para a UE”, disse Orbán em um tom alarmante. Ele lembrou que a suspensão dos ativos russos, que concentra mais de € 200 bilhões, ocorre sem a ratificação unânime dos Estados-membros, um requisito fundamental para decisões desse tipo.
Dentro desse contexto, Orbán critica a atuação da Comissão Europeia, ao afirmar que, em vez de promover a paz e o cumprimento dos acordos, sua abordagem tem atuado contra os interesses dos estados membros e da própria legalidade da entidade. Ele descreveu a situação atual como um deslizamento em direção ao que considera uma “ditadura burocrática”, erguida sobre a desobediência normativa.
A pressão da Comissão para utilizar parte dos ativos congelados — cerca de € 140 bilhões — como “crédito reparatório” para a Ucrânia, gerou debates intensos e contrariedades entre os líderes europeus. Com o objetivo de assegurar estabilidade financeira ao país em guerra, essas iniciativas enfrentam resistência, especialmente de países como a Bélgica, que exigem garantias claras antes de prosseguir.
Ademais, enquanto a UE utiliza os rendimentos provenientes dos ativos congelados para apoiar a Ucrânia — transferindo € 10,1 bilhões entre janeiro e julho deste ano —, a Rússia escalou suas restrições, retendo fundos de investidores de nações que classifica como hostis. Esses recursos agora estão sujeitos a uma nova regulamentação, onde sua movimentação requer a aprovação de uma comissão governamental.
A instabilidade gerada por essas dinâmicas políticas e econômicas levanta sérias questões sobre o futuro da UE e as relações internacionais, revelando um campo de batalha não apenas militar, mas também financeiro e normativo. A Hungria, seguindo o exemplo do premiê, manifestou sua oposição e pretende tomar medidas para assegurar que as normas e legislações da UE sejam respeitadas.
