Bardot foi uma das figuras mais icônicas do cinema europeu nas décadas de 1950 e 1960. Conhecida por sua beleza estonteante e atuações marcantes, a atriz redefiniu a imagem feminina na sétima arte, atravessando fronteiras culturais e se tornando um símbolo de liberdade e sensualidade. Entre seus papéis mais memoráveis, destaca-se sua performance em “E Deus Criou a Mulher”, filme que não apenas a lançou ao estrelato, mas também estabeleceu um novo padrão de ousadia para as mulheres no cinema.
Apesar de seu sucesso meteórico, Bardot optou por se afastar das câmeras aos 39 anos, em busca de uma vida mais tranquila e reclusa, dedicando-se intensamente à defesa dos direitos dos animais. Em 1986, ela fundou a Fundação Brigitte Bardot, que se tornou uma plataforma vital para sua atuação em prol do ativismo animal. Suas campanhas notáveis incluíram esforços contra a caça, testes em laboratórios e o uso de peles.
No entanto, essa nova fase de sua vida não foi isenta de controvérsias. Bardot acumulou uma série de declarações polêmicas que geraram críticas. Ela se tornou um alvo de escrutínio público por suas opiniões consideradas racistas, homofóbicas e xenofóbicas. Em 2003, seu livro “Un Cri dans le Silence” provocou debates acalorados ao criticar a imigração e a adoção por casais LGBTQIA+. Durante o movimento Me Too, sua minimização sobre as denúncias de assédio sexual fez com que fosse alvo de forte reprovação, ao afirmar que muitas alegações eram exageradas.
Além disso, sua vida foi marcada por um triste episódio em 2021, quando foi condenada a pagar multa por comentários considerados racistas a respeito de moradores de uma ilha francesa. Bardot, assim, deixa um legado complexo: uma atriz inovadora e uma ativista polarizadora cujas opiniões continuarão a ressoar nas discussões sobre raça, gênero e direitos dos animais. A trajetória de Brigitte Bardot reflete não apenas a evolução do cinema, mas também as tensões em torno de temas sociais contemporâneos.







