A trajetória da atriz em Búzios remonta a 1964, quando estava no auge da fama internacional. Buscando escapar da pressão constante de fotógrafos e jornalistas, Bardot decidiu visitar o Brasil e rapidamente se dirigiu a Búzios, então uma pequena vila de pescadores, praticamente desconhecida do grande público. O que começaria como uma breve pausa se transformou em um período de mais de três meses nesse cenário paradisíaco, descrito pela própria atriz como “selvagem”.
Em uma entrevista feita em 2017, Bardot recordou com emoção aqueles dias que marcaram seu espírito. Para ela, a experiência foi libertadora, à medida que se afastava das exigências da fama. “Guardo recordações únicas. Uma lembrança mágica, magnífica. Na época, era apenas uma aldeia de pescadores, sem água encanada ou eletricidade. Vivíamos como Robinson Crusoé em praias selvagens e desertas. As ruelas eram cheias de leitões pretos e galinhas. Vivíamos de pesca, farofa, mangas e muito sol”, compartilhou.
Essa visita transformou não apenas a vida da atriz, mas também o destino de Búzios. A presença da estrela atraía a atenção dos meios de comunicação, colocando a cidade na rota do turismo mundial. Contudo, ao longo dos anos, Bardot passou a observar a evolução da cidade com um olhar crítico. Em suas reflexões, a atriz expressou sua desapontamento com a transformação que Búzios sofreu. “Foi o lado selvagem do lugar que me seduziu. Mas o que Búzios se tornou hoje me deixa atordoada. É uma pena”, lamentou.
O legado de Brigitte Bardot em Búzios transcende sua mera visita: ela ajudou a moldar um destino que, embora mais conhecido e desenvolvido, parece ter perdido parte da essência que a fascinou décadas atrás.
