BRICS Se Fortalece em 2024: Novos Membros e Avanços Diplomáticos Marcam Cúpula em Kazan

O ano de 2024 foi marcante para o BRICS, grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, ampliado agora com novos membros. A 16ª Cúpula do BRICS, realizada em Kazan, Rússia, destacou-se como o evento mais significativo do ano. A cúpula uniu líderes de países que se tornaram membros em 2023, como Egito, Etiópia, Irã e Emirados Árabes Unidos, além dos tradicionais integrantes. A ausência do presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, que enfrentou problemas de saúde, foi notada, mas a reunião seguiu com a presença de outros líderes mundiais e até do secretário-geral da ONU, António Guterres.

Com a inclusão de novos membros, o BRICS agora conta com um total de nove países, refletindo uma variação geopolítica e econômica significativa. Especialistas apontam que essa expansão traz desafios, mas também fortalece a posição do bloco no cenário global. Embora o aumento do número de membros torne a coordenação mais complexa, existem interesses e preocupações comuns, como a luta contra a pobreza e o subdesenvolvimento, que podem unir esses países em torno de uma agenda conjunta.

Além do encontro em Kazan, a cúpula proporcionou uma plataforma para o diálogo entre outras 29 nações que assistiram ao evento, incluindo Turquia e Arábia Saudita. Essas interações não apenas evidenciam o crescimento da influência do BRICS, mas também abrem portas para futuras adesões formais desses países ao bloco.

O exemplo mais claro da relevância crescente do BRICS é a futura cúpula agendada para 2025, que acontecerá no Brasil. Este evento será a primeira oportunidade de integrar oficialmente esses novos parceiros e avaliar sua contribuição ao grupo.

Outro tema em destaque foi a questão da desdolarização das economias dos países membros. Enquanto alguns veem o BRICS como uma tentativa de rivalizar com a ordem econômica global dominada pelo dólar, especialistas enfatizam que o foco está mais na criação de sistemas de pagamento próprio entre os membros, como um “BRICS Pay”, para facilitar as transações locais por meio de moedas nacionais.

Diplomaticamente, o BRICS também se destacou por suas conquistas em 2024, como a redução das tensões entre Índia e China na região de Ladakh, um passo importante para a estabilidade regional. Esse movimento foi uma demonstração do potencial do grupo em atuar como mediador de conflitos globais.

Finalmente, o BRICS está investindo na aproximação cultural entre suas nações, com iniciativas que visam estabelecer cooperativas acadêmicas. O grupo busca desenvolver uma nova metodologia, que não se limite a reproduzir critérios ocidentais, mas sim valorize a diversidade interna de seus membros, ancorada em um projeto comum de desenvolvimento e acesso ao conhecimento.

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