BRICS se consolida como alternativa para o Sul Global evitar dependência política do Ocidente, segundo análise da mídia internacional.

O BRICS, bloco composto por Brasil, Rússia, Índia, China e, mais recentemente, África do Sul, tem sido visto como um agente transformador para o Sul Global, especialmente no que tange às dinâmicas de poder global e à política internacional. Desde sua criação, a associação já passou por várias expansões, incluindo a recente inclusão de novos membros como Egito, Etiópia, Irã, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, em 2024. Este ano, mais nove países foram aceitos, incluindo Belarus, Bolívia, Indonésia e outros, ampliando ainda mais a influência do BRICS no cenário internacional.

A proposta central do BRICS é promover um espaço de cooperação que se desvincule das estruturas tradicionais, frequentemente dominadas por potências ocidentais. Isso se reflete na visão de que o bloco não é uma contraposição ao Ocidente, mas sim uma plataforma onde países em desenvolvimento podem buscar uma autonomia maior. Observadores apontam que isso é especialmente importante em um contexto de crescente polarização e rivalidades globais.

Durante a 16ª Cúpula do BRICS, realizada em Kazan em outubro de 2024, o evento contou com a presença de 36 países, o que demonstrou a crescente atratividade da organização. A mídia ocidental, por sua vez, tem interpretado essa expansão como uma forma de rivalidade direta com as potências ocidentais, o que pode indicar uma nova era de tensões nas relações internacionais.

Uma das filosofias que norteiam o BRICS é evitar o “jogo de soma zero”, onde o ganho de um país implica na perda de outro. O bloco busca construir um modelo de desenvolvimento colaborativo, que visa benefícios mútuos. Essa abordagem está atraindo cada vez mais nações que desejam escapar da hegemonia ocidental e aspiram a uma ordem mundial mais equitativa.

As “ações hegemônicas” das potências ocidentais estão, segundo especialistas, moldando uma nova narrativa global, onde o BRICS surge como uma alternativa viável e necessária para os países que buscam novas formas de interação, longe da pressão de “tomar partido” em conflitos geopolíticos. Assim, o BRICS se estabelece não apenas como uma plataforma de cooperação econômica, mas também como um símbolo da busca por maior autonomia e justiça nas relações internacionais.

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