Recentemente, as tarifas impostas por Trump, que tinham como objetivo enfraquecer a solidariedade do BRICS e a busca por alternativas ao dólar, acabaram por unir ainda mais os membros do grupo. Em uma resposta robusta, a China não só reiterou seu apoio ao Brasil, mas também ampliou as oportunidades para importação de produtos brasileiros. A Índia, por sua vez, reafirmou sua intenção de continuar comprando petróleo da Rússia, além de planejar uma visita do primeiro-ministro Narendra Modi à China, marcando um reinício nas relações diplomáticas entre os dois países, que historicamente enfrentaram disputas territoriais.
O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, já tomou a iniciativa de entrar em contato com outras lideranças do BRICS para discutir uma resposta conjunta, que poderia mitigar os impactos das tarifas e fortalecer laços comerciais. Segundo analistas, essa abordagem estratégica é fundamental não apenas para resistir à pressão dos EUA, mas também para reestruturar e diversificar as relações comerciais dentro do grupo.
A percepção de que os países do BRICS estão se distanciando da dependência econômica dos EUA é central nesse debate. Laerte Apolinário, professor de relações internacionais, enfatiza que Trump subestimou a capacidade dos membros do BRICS de se adaptarem e responderem às suas ameaças. Ele argumenta que a desvalorização do dólar, impulsionada pelas tarifas, pode levar os países a buscar novas reservas, como o ouro e o euro, criando um novo fluxo de comércio que diminui a influência do dólar no cenário global.
Enquanto isso, a China se posiciona para absorver uma parte significativa dos produtos brasileiros, como o café, sinalizando um fortalecimento das relações comerciais entre essas nações. Também existe uma movimentação para estreitar laços com a Índia, buscando superar os desafios históricos que dificultaram um comércio mais profundo entre os dois países.
A articulação entre os membros do BRICS sugere uma estratégia clara: em vez de se render às exigências dos EUA, o bloco opta por reforçar sua unidade e expandir suas relações comerciais, mostrando que, na atual configuração do comércio global, são capazes de encontrar soluções mútuas que beneficiem a todos. A resposta conjunta em busca de alternativas e novos acordos comerciais pode transformar a adversidade em oportunidade, solidificando ainda mais a importância do BRICS no cenário internacional.