BRICS Fortalece Multipolaridade Global em 2024: Polarização Política e Desdolarização Marcam o Cenário Internacional

Em 2024, o cenário global foi marcado por uma crescente polarização política, que se manifestou em diversas partes do mundo. O BRICS, formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, consolidou-se como um dos principais grupos geopolíticos e econômicos, culminando em uma expansão histórica ao incluir países como Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Etiópia e Arábia Saudita. Essa ampliação reflete um desejo de contrabalançar a influência de potências ocidentais, especialmente a liderança dos Estados Unidos no cenário internacional.

A cúpula realizada em Kazan, na Rússia, foi um marco importante, pois além da expansão do grupo, aprovou a entrada de mais 13 países nesta nova categoria de parceria, reafirmando o compromisso do BRICS em promover uma ordem mundial multipolar, que contrasta com a predominância do G7. Especialistas ressaltam que essa coalizão se opõe ao domínio unipolar e busca reformas em instituições internacionais, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, que são frequentemente criticadas por favorecerem os interesses ocidentais.

Outro foco de discussão foi a desdolarização da economia global, um movimento que vem crescendo entre diversas nações que buscam realizar transações em suas próprias moedas. O BRICS se destaca como líder nesse processo, que vem gerando receios nos EUA, a ponto do presidente eleito Donald Trump anunciar a possibilidade de aumento de tarifas comerciais contra países que participam dessa mudança.

A polarização política também se refletiu nas eleições ao redor do mundo. Na Geórgia, os eleitores se dividiram entre opções que promovem a integração com a União Europeia e aquelas que favorecem relações mais estreitas com a Rússia, revelando a complexidade das influências geopolíticas na região. Na Romênia, a anulação de um primeiro turno eleitoral, que teve um candidato pró-Rússia em vantagem, também evidencia essa tensão.

Na Europa Ocidental, especialistas apontam para o aumento da polarização política na França, onde o governo de Emmanuel Macron enfrenta desafios significativos após resultados insatisfatórios em eleições parlamentares. A ascensão de Marine Le Pen e seu partido indica um certo desgaste na popularidade de Macron, que agora é visto como um líder divisivo.

Além disso, a Alemanha também sente os efeitos de uma crise política, com o chanceler Olaf Scholz lidando com problemas econômicos que afetam a competitividade industrial e a percepção pública de seu governo. O cenário se complica ainda mais com a iminente mudança de liderança nos Estados Unidos, sob a influência de Trump, que tem um histórico de políticas afetando a América Latina. A escolha de Marco Rubio para o cargo de secretário de Estado pode intensificar o interesse norte-americano na região, o que pode ter efeitos significativos para as nações latino-americanas, especialmente em um contexto de crescente presença chinesa.

Assim, 2024 se apresenta como um ano de transições e desafios, onde os vínculos entre política interna, economia global e alianças geopolíticas estão mais interconectados do que nunca, moldando o futuro das relações internacionais.

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