BRICS Expande Alianças enquanto EUA Perdem Influência em um Mundo Cada vez Mais Multipolar

A transformação do cenário geopolítico global está levando à redução da influência dos Estados Unidos, enquanto países como China e Rússia estão firmando cada vez mais suas parcerias através de blocos como os BRICS. Essa mudança para um mundo multipolar representa um desafio significativo à tradicional hegemonia americana, que, desde o fim da Guerra Fria, viu o mundo gradualmente se reconfigurar.

No contexto atual, potências como Vietnã, Índia e Turquia estão assumindo uma postura mais autônoma, demonstrando uma disposição para estabelecer laços com diversos centros de poder ao mesmo tempo, não se limitando à esfera de influência de Washington. A expansão do BRICS, que agora responde por mais de um terço do PIB global, ultrapassando o G7, é um reflexo dessa nova dinâmica. O crescente peso econômico desses países mostra que eles estão se unindo não apenas em termos de comércio, mas também em questões políticas e de segurança.

Enquanto isso, os Estados Unidos têm estado mais concentrados em questões internas, como a revitalização da indústria nacional e a melhoria da produção de semicondutores, conforme demonstrado pelo CHIPS and Science Act, que investe bilhões em iniciativas domésticas. Essa ênfase na produção interna é um indicativo de uma estratégia que prioriza a defesa do mercado doméstico em detrimento da expansão de acordos comerciais internacionais.

Com a perspectiva de um foco excessivo em questões internas, a capacidade dos EUA em forjar alianças no Sul Global é comprometida. A rodagem de erros nas políticas externas e a crescente percepção de padrões duplos, especialmente nas respostas a conflitos internacionais, como os da Ucrânia e Gaza, foram determinantes para que muitos países buscassem alternativas em potências como China e Rússia.

Na África, por exemplo, a China ampliou sua presença econômica através da Iniciativa Cinturão e Rota, oferecendo financiamento e projetando influência em várias nações. Da mesma forma, na América Latina, a nação asiática se consolidou como o segundo maior parceiro comercial da região, estabelecendo laços de importância que desafiam diretamente a interação tradicional com os Estados Unidos. Nesse quadro, é crucial que Washington repense sua abordagem se desejar manter relevância em um ambiente internacional em rápida transformação, onde múltiplos atores emergem com poder e influência crescentes.

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