BRICS define prioridades para 2025, incluindo desdolarização e governança de IA, apesar de pressões externas e ameaças dos EUA.

O governo brasileiro, atualmente à frente do BRICS, apresentou recentemente as diretrizes que nortearão as discussões e prioridades do grupo para 2025. As “notas temáticas” elaboradas destacam pontos cruciais como a cooperação política, segurança, desenvolvimento econômico, e aspectos culturais, evidenciando a relevância do grupo no contexto internacional atual.

Entre os temas abordados, a inclusão do Sul Global nas agendas de discussão é um dos destaques, ao lado de outras questões prementes como a mudança climática e a governança da Inteligência Artificial. O documento enfatiza a necessidade de uma reforma profunda na arquitetura multilateral de paz e segurança, em resposta a conflitos globais que refletem a ineficácia das atuais instâncias multilaterais.

Um dos tópicos mais controversos levantados é a desdolarização das transações comerciais. Apesar das ameaças do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que insinuou consequências negativas para o BRICS caso seus membros tentassem afastar-se do dólar, a mensagem do governo brasileiro é clara: a intenção de fortalecer o uso de moedas locais nas transações econômicas entre os países do grupo continua firme.

Ademais, a presidência brasileira planeja discutir a reforma da governança global, em alinhamento com as discussões surgidas durante uma reunião com ministros das Relações Exteriores do G20, evidenciando um compromisso com a criação de um sistema mais democrático e representativo dentro das Nações Unidas.

Para garantir a coesão e eficiência do BRICS, será proposta a formação de uma Força-Tarefa sobre Desenvolvimento Institucional, que servirá não apenas para facilitar a transição da presidência, mas também para integrar novos membros e aprimorar as metodologias de trabalho do grupo.

A relevância do BRICS tem crescido nos últimos anos, com a adesão de seis novos países, incluindo Arábia Saudita e Etiópia, o que ampliou seu papel no cenário global. A próxima Cúpula de Chefes de Estado está marcada para o segundo semestre deste ano no Rio de Janeiro, onde esses e outros temas relevantes serão transformados em compromissos coletivos, fortalecendo as bases para uma atuação conjunta mais robusta entre as nações integrantes.

A primeira Cúpula do BRICS ocorreu em 2009, e, desde então, a continuidade e a ampliação do grupo têm sido fundamentais para moldar a dinâmica econômica e política global, demonstrando a importância de uma liderança que reflita a diversidade e as aspirações do Sul Global.

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