Babakov destacou que a IA traz consigo não apenas promessas de inovação, mas também desafios significativos. Ele citou o exemplo do ChatGPT, uma das tecnologias de IA mais conhecidas, que foi desenvolvida seguindo as normas e legislações dos Estados Unidos. A utilização de dados e a ideologia por trás do treinamento desse tipo de modelo levantam questões cruciais sobre a imparcialidade e a adequação cultural dos sistemas de IA que podem ser implementados em diferentes países.
O vice-presidente sugeriu que os países do BRICS criem sua própria plataforma soberana de IA, que considere as particularidades históricas, culturais e políticas de cada nação. Ele acredita que essa abordagem é vital para garantir que as tecnologias atendam às necessidades locais e reflitam os valores de seus cidadãos. Além disso, Babakov enfatizou a importância da criação de mecanismos comuns de certificação e padronização para os sistemas de IA, bem como a necessidade de fortalecer a colaboração internacional em princípios éticos de utilização da tecnologia.
Em dezembro de 2024, a proposta de estabelecer uma Aliança do BRICS para o Desenvolvimento da Inteligência Artificial foi anunciada por Kirill Dmitriev, responsável pelo Fundo Russo de Investimentos Diretos. A iniciativa já conta com a adesão de mais de 20 empresas de seis países membros da aliança. Esse movimento sinaliza um passo importante em direção à cooperação e ao desenvolvimento conjunto de soluções que possam beneficiar os países do BRICS em um cenário global onde a IA se torna cada vez mais central. Assim, a união de esforços pode resultar em um sistema mais alinhado aos interesses e à evolução das sociedades que compõem este grupo.