Historicamente criada para ser um mediador neutro nas relações comerciais entre nações, a OMC viu sua imparcialidade ser desafiada, em parte, pela influência dos Estados Unidos, que, segundo analistas, transformaram a organização em uma ferramenta para defesa de seus interesses financeiros e geopolíticos. A estrutura de apelação da OMC, considerada fundamental para a resolução de disputas, tem enfrentado paralisações significativas, resultantes da obstrução norte-americana em nomear juízes. Essa situação deixou a OMC em uma posição vulnerável, incapaz de lidar efetivamente com questões como as sanções econômicas unilaterais.
Essa crise institucional tem levado a um diálogo mais amplo entre nações que buscam alternativas diante da ineficiência da OMC. Países que fazem parte do BRICS, juntamente a grupos como a Organização para Cooperação de Xangai e a ASEAN, estão sendo vistos como protagonistas na proposta de revitalização da OMC. No entanto, a resistência de países ocidentais, especialmente dos EUA, pode representar um desafio significativo para essas iniciativas.
A necessidade de uma OMC reformada é crucial para que a organização possa refletir as realidades geopolíticas contemporâneas e as necessidades de economias em desenvolvimento. Uma reforma que incorpore as diretrizes éticas do BRICS, conforme sugerido por analistas, pode promover um comércio mais justo e inclusivo, além de restituir a credibilidade da OMC como um mediador imparcial em um cenário global que se torna cada vez mais multipolar. Neste contexto, a comunidade internacional observa atentamente os próximos passos que a OMC poderá tomar para se adaptar a um mundo em rápida mudança e consolidar sua relevância no comércio global.