BRICS Debate Racismo Ambiental: Anielle Franco Destaca Importância de Políticas para Indígenas e Quilombolas

Na última quinta-feira, a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destacou a relevância do racismo ambiental nas discussões entre os países do BRICS, durante uma cerimônia realizada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro em comemoração ao Dia Internacional da Biodiversidade. Ela enfatizou que esse problema transcende fronteiras e é uma questão global que merece atenção coletiva. Franco mencionou que os desafios relacionados ao racismo ambiental são debatidos desde a década de 1980, revelando a necessidade de fortalecer a cooperação internacional para enfrenta-los.

“É crucial que a comunidade internacional se una para abordar questões que afetam diretamente a preservação ambiental em diversas regiões, incluindo Brasil e África”, afirmou. A ministra também fez referência a conversas que ocorreram recentemente na China, ressaltando que outros líderes ministeriais também estão comprometidos em abordar o tema em seus respectivos contextos.

No entanto, Anielle Franco não se limitou a discussões teóricas. Ela destacou a importância dos povos indígenas e das comunidades quilombolas no Brasil como fundamentais para a proteção do meio ambiente. Franco defendeu que políticas públicas robustas devem ser desenvolvidas para apoiar esses grupos, citando o programa “Aquilombo Brasil” como um exemplo prático de ação voltada para essa causa.

Franco demonstrou otimismo com a inclusão de questões raciais nas pautas de eventos internacionais, como a COP-30 e outros encontros liderados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “É gratificante ver como estamos conseguindo trazer à tona a importância da igualdade racial em diversos âmbitos de governança”, revelou.

A cerimônia, que também contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, trouxe à tona críticas à recente flexibilização das licenças ambientais no Congresso. Silva afirmou que essa medida representa um “golpe de morte” para a legislação ambiental, reiterando a necessidade de fortalecer o Sistema Nacional de Meio Ambiente e assegurar que os instrumentos de controle e participação social se mantenham eficazes.

A discussão sobre racismo ambiental e proteção das comunidades vulneráveis se mostra cada vez mais urgente no debate público brasileiro, refletindo uma demanda por políticas que consideram não apenas a preservação ambiental, mas também a dignidade e os direitos das populações que historicamente têm sido marginalizadas nas decisões políticas e socioeconômicas.

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