O embaixador enfatizou que a saúde será uma das prioridades centrais da presidência brasileira. Ele apresentou a proposta de uma parceria voltada para a erradicação de doenças socialmente determinadas e negligenciadas, um problema que afeta especialmente os países em desenvolvimento, especialmente aqueles na zona intertropical. Lyrio argumentou que, ao desenvolver uma plataforma colaborativa entre os países do BRICS, será possível enfrentar de maneira mais eficaz essas doenças, que muitas vezes não recebem a atenção adequada da indústria farmacêutica.
Além disso, o Brasil também se comprometeu a atuar em prol da agenda de mudanças climáticas, focando na transição energética dos países em desenvolvimento. O sherpa ressaltou a necessidade de aumentar a voz dos países do BRICS nas negociações climáticas globais e de ampliar o financiamento para iniciativas de combate à crise climática.
Outra área de foco será a digitalização das economias e a aplicação de tecnologias, como a inteligência artificial (IA), para impulsionar o desenvolvimento sustentável. Lyrio enfatizou a importância de usar a IA de forma a minimizar injustiças sociais e econômicas, evitando a substituição de empregos tradicionais por novas tecnologias e mitigando desigualdades.
Lyrio também discutiu a necessidade de reformar as instituições financeiras internacionais e de desenvolver um sistema de pagamentos transnacionais que reduza a dependência do dólar, com propostas como o BRICS Bridge e o BRICS Pay, visando facilitar o comércio entre os membros do grupo.
Por fim, o sherpa afirmou categoricamente que a atuação do BRICS na cooperação do Sul Global é essencial. Ele ressaltou que o bloco representa um percentual significativo da demografia e da economia global, e essa cooperação Sul-Sul é crucial para gerar benefícios duradouros e positivos para os demais países em desenvolvimento. Essa abordagem mais integrada não só fortalece os laços entre os membros do BRICS, mas também promove um novo paradigma de desenvolvimento e cooperação internacional.