Durante o encontro, os parlamentares abordaram uma ampla gama de temas, que incluíram inteligência artificial, segurança, paz, direitos das mulheres, saúde e cooperação interparlamentar. A culminação do fórum foi a aprovação de uma declaração conjunta, a ser apresentada na próxima Cúpula de Líderes do BRICS, programada para julho no Rio de Janeiro. O documento, que contém 36 parágrafos, foca em seis eixos centrais: saúde global, desenvolvimento econômico, sustentabilidade climática, governança da inteligência artificial, reforma da arquitetura multilateral de paz e a promoção de uma cooperação interparlamentar.
Um dos pontos mais salientados na declaração foi a condenação de “medidas coercitivas unilaterais”, como sanções e bloqueios econômicos, que prejudicam o comércio e o desenvolvimento dos países do Sul Global. Essa crítica, embora indireta, alude às práticas de potências como os Estados Unidos e a União Europeia, que têm adotado políticas protecionistas que afetam diretamente as economias emergentes.
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, enfatizou que a mensagem do fórum se destaca pela defesa da cooperação e do multilateralismo, buscando um desenvolvimento sustentável para todos os países envolvidos. Em meio a discussões sobre a energia, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, abordou a suposta interferência dos EUA na gestão energética do Paraguai, destacando a necessidade de um debate estratégico sobre a questão.
Outro assunto em pauta foi a sugestão de criação de uma moeda comum entre os membros do BRICS, reconhecendo que esta ideia ainda está em estágio inicial de discussão. Apesar das dificuldades em competir com o uso do dólar, Alcolumbre afirmou que o debate deve ser iniciado com seriedade.
A declaração final também incentivou o uso de moedas locais nas transações comerciais entre os membros do bloco, enfatizando a importância de reduzir a dependência do dólar. A próxima edição do Fórum Parlamentar será realizada na Índia em 2026, evidenciando a continuidade do fortalecimento político e econômico entre as nações do BRICS e a ampliação da voz do Sul Global no cenário internacional.