Braskem desiste de exploração de sal após tragédia em Maceió e encerra atividades de mineração em resposta a desastres ambientais.

Em uma recente entrevista ao videocast “Uol Líderes”, o presidente da Braskem, Roberto Ramos, fez declarações impactantes sobre o futuro da empresa em relação à mineração de sal, marcando uma mudança significativa após anos de exploração que resultaram em sérias consequências para a população de Maceió. Ele afirmou, categoricamente, que a Braskem não irá mais se envolver em atividades de extração de sal, encerrando um ciclo que, além de trazer lucro para a companhia, deixou um legado de instabilidade e sofrimento para milhares de moradores.

As operações de mineração de salgema da empresa, que se estenderam por décadas, provocaram afundamentos no solo de bairros como Bebedouro, Pinheiro, Mutange e Bom Parto, forçando a migração de muitos residentes. Durante a entrevista, Ramos destacou que a Braskem foi responsabilizada pelos problemas ambientais que afetaram essas comunidades e, em decorrência disso, decidiu interromper a exploração. “Nós fechamos as minas e nunca mais vamos nos envolver nessa atividade de mineração”, afirmou.

Ao longo deste processo de descontinuação das operações, a empresa se comprometeu a realizar o preenchimento das minas que haviam sido esvaziadas, utilizando uma combinação de areia e água. O presidente explicou que a técnica busca manter a estabilidade geológica da região, pois é crucial que a água seja mantida sob pressão. “Não pode ser feito rapidinho”, alertou, ao enfatizar que a previsão para concluir as intervenções é de aproximadamente dez anos, a fim de evitar descompensações que possam ocasionar novas instabilidades.

Enquanto isso, os moradores que continuam vivendo nas áreas circunvizinhas ainda lutam por um reconhecimento de seus direitos, buscando inclusão em programas de compensação devido à falta de serviços essenciais gerados pela retração de suas comunidades. Com o fechamento de negócios, escolas e hospitais, muitos se sentem abandonados no contexto de uma crise ambiental que alterou suas vidas.

A decisão da Braskem reflete uma tentativa de sanar as consequências de um modelo econômico que falhou em equilibrar responsabilidade ambiental e desenvolvimento. A conversa sobre os próximos passos da empresa e suas ações corretivas será crucial para a reconstrução da confiança nas relações com as comunidades afetadas.

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