A escolha de Arthur Lira (PP-AL) para relatar o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda é vista por aliados como uma nova carta na manga do ex-presidente da Câmara, em meio à indefinição sobre a formação da federação partidária entre PP e União Brasil.
Lira é cotado para presidir a federação, mas o União Brasil ainda não deu aval definitivo à união. Os impasses regionais, principalmente nos diretórios da Paraíba e do Acre, preocupam o Progressistas. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira, já anunciou a intenção de formar a federação, mas o presidente do União, Antonio de Rueda, ainda tenta resolver os atritos locais. Mesmo entre os otimistas, fala-se em “99,5%” de avanço, sem previsão para um desfecho.
A relatoria do projeto do Imposto de Renda, uma das principais prioridades do governo Lula neste ano, dá novo fôlego a Lira. A proposta prevê a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil. Indicado para a função por seu sucessor na presidência da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o deputado alagoano ganha visibilidade e prestígio político em um momento crucial.
A movimentação ocorre enquanto Lira se articula para disputar uma vaga no Senado em 2026. Segundo interlocutores, outras possibilidades foram consideradas nos últimos meses — como a chefia do Ministério da Agricultura, a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) ou a relatoria do Orçamento —, mas nenhuma avançou.
Com o futuro da federação indefinido, a relatoria do IR surge como o novo trunfo de Lira, que passa a atuar em um tema de alto interesse para o Planalto. O protagonismo no projeto, avaliam aliados, o coloca em posição de força nas negociações políticas e fortalece sua imagem nacional. Procurado, Arthur Lira preferiu não comentar.
