BRASÍLIA – Hugo Motta repete Lira e cobra Gleisi por liberação de emendas – com Jornal Rede Repórter



A pressão por liberação de emendas parlamentares se intensificou na Câmara dos Deputados e resgatou a marca registrada de Arthur Lira (PP-AL): cobrança direta e incisiva ao Palácio do Planalto. Nesta quinta-feira (12), o atual presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), adotou postura semelhante à do antecessor ao cobrar o governo federal pela retenção de recursos impositivos.

Segundo relatos de bastidores, Motta “arthurou” com Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, expressão usada por um dos líderes partidários para descrever o tom duro das cobranças — similar àquele que Lira usava nos tempos de maior tensão com o Executivo.

A movimentação ocorreu antes mesmo de um almoço oferecido pelo líder do MDB na Câmara, Isnaldo Bulhões (AL), que reuniu lideranças e o presidente da Casa após a reunião do colégio de líderes. O encontro serviu para reforçar a insatisfação com o represamento das emendas obrigatórias, que deveria irrigar redutos eleitorais dos parlamentares. A leitura unânime é que a demora no repasse contamina a relação com o governo e reduz a disposição para votar a pauta econômica de Fernando Haddad.

Pressionado, o governo teria sinalizado a liberação de R$ 250 milhões em emendas impositivas até esta sexta-feira (13) — valor considerado insuficiente para conter o desgaste. A crise, somada ao impacto das novas propostas da Fazenda e à recente decisão do ministro Flávio Dino (STF), que cobra explicações sobre o que chamou de “novo Orçamento Secreto”, ampliou o clima de desconfiança no Congresso.

O próprio líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), admitiu que o impasse em torno das emendas afeta a articulação com as bancadas. “Evidentemente atrapalha, mas não é a causa principal dessa mudança de comportamento da Câmara”, afirmou, tentando minimizar os efeitos da crise.

Diante do risco de paralisia legislativa, Gleisi Hoffmann garantiu a Hugo Motta que o governo responderá ao STF sobre a execução das emendas e que trabalha para liberar os valores ainda nos próximos dias.

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