Esse número reflete um aumento em relação ao ano anterior, com um acréscimo de um dia, resultado de diversas medidas que impactaram diretamente a tributação. Dentre os fatores que contribuíram para esse cenário, destacam-se a reoneração da folha de pagamento em 17 setores da economia, o aumento do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em alguns estados, implementado a partir de 1º de abril, e a nova tributação sobre importações de pequeno valor. Esses elementos têm gerado um peso maior sobre os trabalhadores e a sociedade em geral.
No período entre 2017 e 2019, o recorde de dias trabalhados apenas para pagamento de impostos foi de 153 dias, tempo que permanece na memória coletiva como um símbolo das dificuldades enfrentadas pelo cidadão comum em relação às suas obrigações tributárias. Essa situação ilustra um paradoxo preocupante: apesar da elevada carga tributária, o Brasil ocupa a última posição no Índice de Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES). Esse índice, que também considera fatores como investimentos públicos e qualidade dos serviços oferecidos à população, evidencia que, em muitos casos, o retorno gerado pelos tributos pagos não corresponde às expectativas dos cidadãos.
Essa discrepância entre o que é pago em impostos e os serviços efetivamente recebidos levanta um debate urgente sobre a eficiência e a eficácia da gestão pública no Brasil. Há uma expectativa crescente por reformas que possam não apenas desonerar a carga tributária, mas também melhorar a alocação dos recursos arrecadados, promovendo um ambiente mais justo e equilibrado para os cidadãos, que buscam um retorno mais significativo em termos de qualidade de vida e serviços públicos.
