Com um prejuízo acumulado de R$ 200 mil, equivalente a cerca de US$ 35 mil, Cláudio enfrentou sérios problemas para pagar suas contas e, inclusive, teve o fornecimento de eletricidade de sua casa cortado devido à falta de recursos. Esse relato individual reflete um cenário mais amplo de vício em jogos online que tem preocupado economistas e profissionais da saúde.
A ausência de uma regulamentação adequada contribui para a expansão desse fenômeno, com potenciais consequências para a economia do país. Alarmes são levantados em relação à redução do consumo, especialmente entre a população de baixa renda, e a Associação Brasileira de Bancos expressou preocupações com o endividamento decorrente das apostas online.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, manifestou sua inquietação com o aumento das apostas, alertando para o impacto potencial no pagamento de empréstimos. A relação entre esse fenômeno e a população de baixa renda se mostra preocupante, visto que já há indícios de possíveis aumentos nos índices de inadimplência.
O Brasil atualmente lidera as visitas a sites de jogos de azar, com uma participação de 15% do total global em 2024, conforme dados da provedora de análises SimilarWeb. Esse crescimento exponencial das apostas online no país suscita debates sobre a necessidade de regulamentação e controle mais eficazes.
Além disso, as apostas online, conhecidas popularmente como “bets”, têm se beneficiado da paixão nacional pelo futebol para aumentar seus lucros. Diversos times contam com o patrocínio de casas de apostas e até mesmo lançaram suas próprias plataformas em parceria com essas empresas. O Banco Central revelou recentemente que cerca de 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família utilizaram R$ 10,5 bilhões do benefício para pagamentos de apostas via Pix até agosto, evidenciando o impacto social provocado pelo vício em jogos online no Brasil.