Júnior, um mineiro que imigrou para os EUA, relata que desde que a operação Patriot 2.0 foi lançada, mensagens começaram a ser trocadas com uma frequência crescente. Os brasileiros, que compõem o maior grupo de estrangeiros no estado, utilizam esses grupos para relatar a movimentação do ICE em tempo real, muitas vezes enviando fotos e informações sobre agentes que atuam nas proximidades. Esse sistema de alerta tem se mostrado crucial, especialmente em momentos de incerteza.
Lorena, outra brasileira envolvida em uma rede social de apoio, observa um aumento significativo nos casos de indivíduos que “simplesmente desapareceram” após serem capturados. Isso trouxe um novo nível de insegurança entre os imigrantes, que agora têm certeza de que qualquer um pode ser alvo das autoridades. A fundadora de uma iniciativa de voluntariado, Lorena explica que muitas pessoas são detidas e transferidas rapidamente entre diferentes centros de detenção, muitas vezes sem aviso prévio.
Para monitorar a situação, membros da comunidade também adotaram drones para vigiar áreas onde frequentemente ocorrem detenções. Imagens aéreas capturadas têm auxiliado os moradores a identificar a presença de agentes do ICE e a evitar ações que possam resultar em prisões. O uso de drones, que deve respeitar certas normas para não ser ilegal, reflete o desespero e a inventividade da comunidade em um período de cerco intensificado.
Nos grupos virtuais, além de alertas sobre operações, compartilham-se orientações sobre como agir em situações de abordagem. Sugestões incluem evitar o uso do português em público e não sair de casa com crianças. Apesar da paralisia imposta pela operação de imigração, a solidariedade entre os brasileiros cresce. Os grupos funcionam como uma rede de apoio, não apenas para trocar informes, mas também para oferecer ajuda legal ou emocional a quem enfrenta a possibilidade de deportação.
Enquanto a operação de patrulha se intensifica, os brasileiros em Massachusetts continuam a buscar formas de se proteger e minimizar os riscos. A união da tecnologia, como WhatsApp e drones, com uma forte rede de apoio comunitário, torna-se uma tática essencial diante da atual situação de incerteza e medo.