Gabriel Paciornik, um escritor brasileiro de 45 anos que migrou para Israel há quase duas décadas, está preocupado com a sua segurança e a de sua família. Ao ouvir as sirenes, experiência que é rotineira em Israel, ele rapidamente buscou abrigo junto com seus vizinhos na escada do prédio. Ninguém conseguia entender, naquele momento, a gravidade do que estava acontecendo. “Fomos completamente pegos de surpresa. Parecia até uma falha no sistema. Estamos acostumados com as sirenes, mas o nível do ataque foi algo inédito”, lamenta Gabriel.
A situação não é diferente para Yanai Gilboa, gerente de vendas que vive em um kibutz brasileiro a apenas 7 quilômetros da fronteira com a Faixa de Gaza. Apesar do clima tranquilo que costuma predominar na região, Yanai está abalado com o ocorrido. “Hoje é um dia muito triste. Dizem que Deus é brasileiro, então talvez por isso os ataques não tenham atingido o nosso kibutz, mas todos nós conhecemos alguém que foi morto ou sequestrado. Os terroristas fizeram um massacre”, relata.
Ambos Gabriel e Yanai temem que os próximos dias sejam ainda mais difíceis e sangrentos, com as retaliações previstas por parte de Israel e a escalada do conflito. “Eles começaram essa guerra e ninguém sabe como vai acabar, em que condições, quantas mais pessoas vão perder a vida”, questiona Yanai.
A incerteza paira no ar. Empresas fecharam temporariamente, aulas foram canceladas e mensagens no celular não cessam de pedir ajuda e doações de sangue. As perspectivas são sombrias e a tensão parece estar longe de diminuir.
Apesar do medo e da preocupação, tanto Gabriel quanto Yanai afirmam que não cogitam deixar Israel. Gabriel ressalta que já vive no país há muitos anos e que sua vida inteira está lá. Yanai, por sua vez, enfatiza a beleza do local onde reside e acredita na força de resistência e recuperação do povo israelense.
Israel se encontra em um momento crítico de sua história, com ataques inéditos do Hamas e uma guerra declarada pelo primeiro-ministro. Enquanto o mundo observa apreensivamente, os cidadãos israelenses lutam para manter a esperança e a normalidade em meio a um conflito que ameaça a sua segurança e a de suas famílias.