Brasileiros deportados pelos EUA chegarão a Fortaleza em voo nesta sexta-feira após mudança de rota sugerida pelo governo brasileiro.

Brasileiros deportados pelos Estados Unidos terão uma mudança significativa em seu próximo voo de retorno ao Brasil. O governo brasileiro sugeriu uma rota alternativa, direcionando o voo para Fortaleza (CE) em vez do tradicional destino de Confins (MG). Essa alteração pode encurtar a distância e, consequentemente, reduzir o tempo que esses brasileiros passam algemados e acorrentados durante a viagem de volta devido à imigração ilegal.

As autoridades governamentais estão discutindo os detalhes dessa operação nesta terça-feira, dia 4. Na semana anterior, um voo com 88 brasileiros deportados enfrentou uma série de problemas, resultando em uma crise diplomática entre os governos dos presidentes Lula e Trump. Além das condições desumanas durante o voo, incluindo o uso generalizado de algemas e correntes, os passageiros relataram falhas no sistema de ar-condicionado, maus tratos e agressões por parte dos agentes dos EUA a bordo.

Diante do tumulto, os deportados desembarcaram acorrentados e até utilizaram uma saída de emergência. O ex-presidente Lula enviou um avião da Força Aérea Brasileira para concluir o transporte desses deportados até Minas Gerais. O governo brasileiro anunciou a intenção de criar um centro de acolhimento no Aeroporto Internacional de Confins e estabelecer um grupo de trabalho para coordenar com os EUA a fim de melhorar o tratamento dispensado aos imigrantes indocumentados.

Com a política de deportação em massa intensificada pelo presidente Trump, as autoridades americanas já possuem ordem para deportar 38 mil brasileiros em situação migratória irregular, sem direito a recurso. Desde 2018, o governo brasileiro aceita receber esses voos de remoção operados por aviões comerciais fretados e tripulados pela polícia migratória dos EUA. O Itamaraty buscava reduzir o tempo de permanência dos brasileiros em centros de detenção.

Apesar dos apelos do Brasil, os EUA se mantêm inflexíveis quanto ao uso de algemas e correntes durante os voos de deportação. Ainda não foram divulgados detalhes sobre a origem do próximo voo, a quantidade e o perfil dos deportados, nem se o deslocamento até Confins será promovido pelo governo federal. O Brasil continua cobrando esclarecimentos e buscando garantir um tratamento mais humano aos deportados que retornam ao país.

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