Um dos deportados, Jeferson Maia, um vigilante, descreveu sua experiência de 50 horas acorrentado pelo braço, barriga e pés, sem poder sequer ir ao banheiro. Ele também afirmou ter sido agredido e enforcado pelos agentes americanos. A situação se tornou ainda mais tensa quando o avião fez uma parada no Panamá antes de seguir para Manaus (AM) e finalmente Belo Horizonte (MG), destino final dos deportados.
Durante o voo, as condições insalubres e a falta de assistência aos deportados geraram revolta e protestos. Aeliton Cândido, morador de Divinópolis, lamentou a falta de água e comida, além do calor insuportável dentro da aeronave. O cenário era ainda mais preocupante com a presença de famílias inteiras, incluindo crianças, que também foram vítimas das agressões dos agentes americanos, como evidenciado pelas marcas das algemas e correntes em seus corpos.
O caso chamou a atenção da ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, que considerou as denúncias de agressão como muito graves. Ela esteve presente no aeroporto de Belo Horizonte para receber os deportados e prometeu um relatório detalhado sobre o ocorrido ao presidente e ao Ministério das Relações Exteriores. Além disso, o governo federal está em comunicação com a Prefeitura de Belo Horizonte para garantir assistência aos repatriados.
Em meio a esse incidente, reforça-se a importância de respeitar os direitos humanos em todas as ações governamentais, incluindo aquelas relacionadas à imigração e repatriação. O Brasil, como país receptivo e que valoriza a dignidade de todos os indivíduos, precisa estar atento e atuar de forma coerente diante de situações como essa, garantindo o tratamento justo e humano a todos, independentemente de sua situação migratória.