Nicarágua e Venezuela, ditaduras latino-americanas, foram vetadas da lista a pedido do governo brasileiro, que busca se afastar desses regimes após anos de proximidade ideológica. Por outro lado, Cuba e Bolívia foram incluídas, juntamente com Indonésia, Malásia, Uzbequistão, Casaquistão, Tailândia, Vietnã, Nigéria, Uganda, Turquia e Belarus.
O acordo foi alcançado em nível de negociadores e será apresentado aos líderes de cada país durante a cúpula que ocorre a partir de quarta-feira, 23 de setembro. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, participará por videoconferência devido a um acidente doméstico que o impediu de viajar para a Rússia.
Durante as negociações, a delegação brasileira bloqueou a inclusão das ditaduras de Daniel Ortega, da Nicarágua, e Nicolás Maduro, da Venezuela, seguindo instruções diretas de Brasília. Outros países, como o Paquistão, também tiveram suas candidaturas questionadas.
Um fato inesperado ocorreu quando Nicolás Maduro desembarcou em Kazan na noite de terça-feira, após o acordo já ter sido fechado. Sua presença pode indicar um esforço político para reverter a exclusão da Venezuela do grupo.
A decisão final sobre os novos membros ainda não foi anunciada oficialmente, mas a presidência russa está consultando os países candidatos para verificar se atendem aos critérios estabelecidos. Essa expansão criará uma nova categoria de associação no Brics, chamada de países “parceiros”.
Os países que se juntarem ao Brics como parceiros terão que cumprir uma série de condições, incluindo relevância política, alinhamento com a agenda de reforma da governança global e relações amigáveis com os membros atuais. A reforma do Conselho de Segurança da ONU foi mencionada nas negociações, atendendo a uma antiga reivindicação do Brasil, Índia e África do Sul.