Esse processo é vital, pois o perfil populacional obtido pelos recenseadores será integrado à amostra representativa das residências que os pesquisadores visitam. Por conta disso, é esperado que as taxas de desemprego previamente divulgadas sejam revisadas. A série histórica da Pnad, que começou em 2012, sofrerá alterações, refletindo essas novas bases de dados.
A reponderação da pesquisa não é um procedimento isolado; trata-se de uma prática recorrente do IBGE, que sempre atualiza os parâmetros demográficos de suas pesquisas amostrais após a conclusão dos censos decenais. O Censo de 2022, por exemplo, indica que a população brasileira em 2024 é projetada em 212,6 milhões, enquanto a Pnad previa mais de 216 milhões, evidenciando a necessidade de ajustes.
A cada trimestre, o IBGE visita 211 mil domicílios distribuídos entre 3,5 mil municípios, englobando todas as unidades da federação e o Distrito Federal. A Pnad, ao contrário de outras pesquisas como o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), abrange todas as formas de trabalho, incluindo emprego com ou sem carteira assinada, e informalidade. A taxa de desocupação considera apenas aqueles que realmente buscam emprego.
A expectativa é que as mudanças na série histórica sejam mais sutis que significativas. Nos ajustes anteriores, o IBGE observou que as alterações nos indicadores proporcionais foram mínimas, embora números absolutos tenham visto algumas alterações. A taxa de desemprego mais recente, divulgada em junho, apontou uma queda para 6,2%, a menor desde o início da série em 2012. Essa análise contínua e os ajustes periódicos são fundamentais para uma compreensão mais precisa do mercado de trabalho brasileiro.