Uma das mudanças significativas no projeto foi a inclusão do setor de saneamento na alíquota reduzida em 60%, decisão que elevou a alíquota geral em 0,38 ponto percentual. O relator da reforma no Senado, Eduardo Braga, compartilhou que essa cifra ainda é preliminar. O secretário especial da Reforma Tributária no Ministério da Fazenda, Bernard Appy, enfatizou que a versão aprovada tem a satisfação do governo, embora tenha reconhecido a necessidade de ajustes políticos que resultaram em exceções.
A versão anterior do texto, que havia passado pela Câmara, estipulava uma alíquota padrão de 27,97%, já acima da taxa húngara. O processo de tramitação no Senado fez com que essa alíquota subisse 0,58 ponto percentual. Essa elevação ocorre em razão dos tratamentos fiscais diferenciados para determinados setores, que aumentam a carga tributária sobre os demais segmentos. O governo alega que, para não elevar a carga tributária total, a soma das alíquotas da nova Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) deve ser calibrada de forma a manter a arrecadação em 12,45% do Produto Interno Bruto (PIB).
Essa nova configuração levanta questionamentos sobre o impacto da reforma na economia brasileira, especialmente em um momento em que se busca uma transição tributária que não onere ainda mais a população. A inclusão de setores específicos na alíquota reduzida sugere uma complexidade maior no sistema tributário, o que pode ter repercussões negativas na confiança empresarial e na atividade econômica no país. A publicização dos cálculos definitivos para a alíquota final deve acontecer em breve, e as expectativas estão altas quanto a possíveis novos ajustes. O debate sobre a reforma tributária, portanto, está longe de ser encerrado.