O Brasil, sob o governo do PT e visto como um aliado próximo do regime russo, parece estar empenhado em evitar qualquer menção negativa à invasão russa na Ucrânia durante a redação da declaração final do evento. Em conjunto com outras nações controversas, o país sul-americano busca equiparar as críticas direcionadas a Israel com as direcionadas à Rússia, principalmente em relação aos acontecimentos em Gaza.
A perspectiva é de que, mais uma vez, a omissão e a ambiguidade sejam os principais elementos presentes no documento final, com discursos genéricos sobre a importância da paz mundial sem apontar diretamente os responsáveis pelos conflitos em curso.
Com a posse iminente de Donald Trump nos Estados Unidos, a situação tende a favorecer ainda mais a figura de Vladimir Putin. A eventual estratégia de paz do presidente eleito para a Ucrânia é vista como um aceno de submissão ao líder russo, com concessões territoriais e políticas que podem reforçar a influência da Rússia na região.
O Brasil, por sua vez, parece desempenhar um papel de coadjuvante nesse tabuleiro internacional, seguindo uma postura alinhada com a Rússia e se distanciando das potências tradicionais. A atuação brasileira, marcada por um antiamericanismo ideológico, reflete a estratégia de caos adotada por Putin para fortalecer sua ambição imperialista.
Os discursos recentes de Putin, como no Clube Valdai em Moscou, evidenciam a visão russa de um mundo multipolar, no qual o Brics ganha destaque como exemplo de cooperação. A leitura atenta da mentalidade russa, segundo autores como o Marquês de Custine, revela a visão estratégica da Rússia em relação ao Ocidente, focada na semente da anarquia para colher os frutos da divisão.
Nesse contexto, a falta de compreensão e leituras apropriadas sobre as intenções russas pode resultar em desfechos desfavoráveis para o Ocidente. A cúpula do G20, portanto, se apresenta como um palco crucial para delineamento das relações internacionais, com Putin como figura central, mesmo ausente fisicamente.