A situação é bastante delicada. O Brasil e Israel estabelecem relações diplomáticas desde 1949, um ano após a criação do Estado de Israel. Contudo, as trocas de farpas e tensões aumentaram significativamente devido às recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acusou o governo israelense de genocídio em relação aos eventos na Faixa de Gaza. O ponto culminante desse descontentamento foi a designação de Lula como persona non grata por parte de Tel Aviv. Apesar dessas trocas de ofensas, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, assegurou que as relações entre as nações não seriam rompidas.
Recentemente, o Itamaraty endossou críticas ao governo Netanyahu, alegando que o país não teria respeitado acordos de cessar-fogo e poderia estar tentando ampliar sua ocupação de terras palestinas através da construção de assentamentos. A pasta também expressou preocupações com relação à situação na Cisjordânia e Jerusalém Oriental, reiterando que a continuidade de assentamentos ilegais e as ações agressivas de colonos israelenses contra civis palestinos poderiam resultar em deslocamentos forçados em massa.
Diante de tal cenário, a retenção do agrément para o novo embaixador Dagan não apenas simboliza um desacordo entre as duas nações, mas também representa um reforço à posição brasileira sobre os conflitos na região. Se o aval não for concedido, a representação de Israel no Brasil poderá ser relegada a um nível inferior, o que poderá ter implicações ainda mais duradouras para as relações diplomáticas entre os dois países.