Sabbat observou que tanto o setor público quanto privado têm feito progressos na adoção de práticas que asseguram a segurança dos dados pessoais. Ele reconheceu que a LGPD é uma legislação complexa, mas acredita que as organizações estão se aproximando da conformidade necessária. Contudo, ele chamou a atenção para a necessidade de aumentar a conscientização sobre a importância da proteção de dados, mencionando que é vital “conquistar mentes e corações” para que a causa tenha o devido reconhecimento e respeito no cotidiano dos cidadãos.
Em relação à competitividade do Brasil no cenário global de proteção de dados e inteligência artificial, Sabbat se mostrou otimista, ressaltando a presença de talentos na área de desenvolvimento e segurança da informação no país. Para ele, o Brasil não só possui potencial para se destacar, mas suas empresas podem se beneficiar significativamente desse mercado.
A especialista em LGPD, Manuela Cotulio, complementou a discussão ao afirmar que a valorização da proteção de dados vai além das possíveis penalidades previstas pela legislação. Ela sugeriu que a reputação das empresas é um dos aspectos mais importantes a ser considerado, ressaltando que a adequação à LGPD deve ser encarada como uma vantagem competitiva e não apenas como uma obrigação legal.
Cotulio também mencionou que a LGPD, inspirada na legislação europeia GDPR, está em processo de consolidação no Brasil e que a ANPD continua a emitir novas regulamentações. Ela enfatizou que deve ocorrer uma mudança cultural significativa no Brasil, já que, muitas vezes, o país demonstra uma postura reativa em vez de proativa em relação à proteção de dados. O desafio, portanto, é incentivar uma abordagem que priorize a segurança e a privacidade de forma antecipada, evitando a necessidade de esperar por incidentes de vazamento para agir.