Brasil pode ter excelência em uso de menos energia para IA, aponta diretor-executivo do ITS Rio durante COP30 em Belém.

O Brasil está em um momento crucial para direcionar seus esforços na direção da eficiência energética no uso da Inteligência Artificial (IA). Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade – ITS Rio, ressalta que o país possui potencial para se destacar não apenas em áreas como biodiesel e hidrogênio verde, mas também na utilização de menos energia para IA e na produção de IA de baixo carbono. Essa questão ganha ainda mais relevância diante da iminente realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) no Brasil, em novembro deste ano, em Belém (PA).

Um relatório da Agência Internacional de Energia (AIE) apontou que o consumo de energia em centros de processamento de dados no mundo já atingiu a marca de 460 terawatt-hora (TWh), com projeções de mais que dobrar até 2026. O aumento no consumo está diretamente relacionado ao uso crescente de IA generativa e ao aumento de data centers, impulsionados pela popularização da tecnologia nos últimos anos.

No entanto, Steibel destaca que a IA não se limita a esses usos e pode desempenhar um papel fundamental na redução das emissões de gases de efeito estufa. Ele aponta exemplos práticos, como a utilização de IA para identificar e classificar lixões a céu aberto, parcialmente cobertos ou totalmente cobertos, contribuindo para a redução da emissão de metano na atmosfera.

Além disso, a IA pode ser empregada na otimização das cadeias de suprimento, reduzindo a emissão de carbono associada ao transporte e descarte de materiais. Essas aplicações exemplificam o potencial da IA para resolver problemas complexos e mitigar impactos ambientais.

O Brasil, como detentor de uma matriz energética renovável, possui a oportunidade de se destacar como um polo de IA de baixo carbono. Atrair data centers que buscam operar com fontes sustentáveis de energia pode ser estratégico para o país se posicionar como referência nesse campo. A capacidade de utilizar a IA de forma eficiente e sustentável pode não apenas impulsionar a inovação e a economia, mas também contribuir significativamente para a redução das emissões de carbono.

Na COP30, o Brasil pode apresentar iniciativas promissoras que utilizam IA para facilitar a troca segura de dados e reduzir a economia de carbono. Projetos como o Cadastro Ambiental Rural e o MapBiomas já indicam um caminho para a integração da IA em soluções para o monitoramento ambiental e a preservação de recursos naturais.

Em um cenário global de urgência climática, a IA emerge como uma ferramenta essencial para a redução de gases de efeito estufa e a gestão sustentável dos recursos naturais. O Brasil, com seu potencial inovador e sua matriz energética favorável, tem a oportunidade de liderar essa transformação rumo a uma IA de baixo carbono, alinhada com os desafios e demandas do século XXI.

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