Brasil: Oportunidade de se Tornar Superpotência Verde na Geopolítica Global de Recursos Naturais

Brasil: Uma Superpotência Verde em Ascensão na Geopolítica Global

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorre em Belém, se mostra uma janela de oportunidade para o Brasil destacar-se como um protagonista na nova geopolítica dos recursos naturais. Essa conferência é fundamental, pois o país tem a chance de moldar discussões críticas sobre como os recursos naturais são explorados e geridos no cenário internacional.

Para que o Brasil alcance essa posição de liderança, no entanto, é preciso resolver questões internas, principalmente em relação ao equilíbrio entre a conservação ambiental e a exploração de recursos, como o petróleo na Margem Equatorial. A advogada e especialista em direito climático, Luciana Bauer, salienta que a falta de um compromisso sólido com a descarbonização torna essa tarefa ainda mais desafiadora. A pressão dos países desenvolvidos por metas de descarbonização contrasta com a realidade de muitas nações do Sul Global, que não têm acesso à energia básica.

Bauer aponta para a emergência de um novo tipo de neocolonialismo climático, no qual os países do Norte Global, ao consumirem em excesso, transferem o custo ambiental para o Sul. Nesse contexto, o Brasil dispõe de recursos valiosos, como a segunda maior jazida mundial de minérios e florestas que mantêm um enorme valor econômico quando preservadas. Isso sugere que, se o país utilizar essas riquezas de forma estratégica, pode tornar-se um “player central” no mercado de minerais críticos e terras raras.

Além disso, o Brasil possui um potencial imenso para desenvolver tecnologias de baixo impacto ambiental, seguindo exemplos de inovação como as baterias de lítio produzidas de maneira menos nociva. Enquanto isso, a corrida pelos recursos naturais se intensifica entre os EUA, China e Rússia, com o Brasil podendo assumir um papel mais influente se explorar de maneira sustentável suas riquezas naturais.

Bernardo Salgado Rodrigues, especialista em economia política internacional, também acredita que a exploração de recursos, acompanhada de políticas de transição energética, pode ser uma forma de garantir segurança e desenvolvimento para o Brasil e para o Sul Global. Ele destaca a importância da Amazônia na transição verde do século XXI, enfatizando que sua preservação é vital para equilibrar as necessidades econômicas e ambientais.

A COP30 poderá não apenas redefinir o papel do Brasil na gestão de recursos naturais, mas também fortalecer sua posição como líder em tecnologias verdes, promovendo um futuro mais sustentável. No entanto, isso requer uma abordagem inovadora que combine exploração responsável e conservação efetiva, preparando o cenário para que o Brasil se torne uma verdadeira superpotência verde no futuro próximo.

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