O Ministério da Fazenda não forneceu detalhes sobre as condições das negociações, mas adiantou que cada país devedor terá um tratamento específico, levando em consideração o cenário macroeconômico. As renegociações podem envolver a suspensão temporária, adiamento de obrigações e até mesmo a redução do valor presente da dívida.
Os processos mais avançados de renegociação envolvem sete países: Guiné, Guiné-Bissau, Mauritânia, São Tomé e Príncipe, Moçambique, Congo e Senegal. Nesses casos, o Brasil é credor de US$ 441,6 milhões, com mais da metade em atraso. Espera-se que esses acordos sejam encaminhados ao Senado até o final do ano.
Além desses países, há uma negociação em curso com Gana, que possui uma dívida de US$ 227,1 milhões com o Brasil, sendo que apenas US$ 11,9 milhões estão em atraso. As negociações com Gana ainda não foram finalizadas e a previsão é de que o processo só seja concluído no primeiro trimestre de 2025.
No total, 13 países devem ao Brasil, sendo Cuba e Venezuela os principais devedores, com dívidas que somam US$ 2,36 bilhões, sendo US$ 1,79 bilhão em atraso. As tratativas para a conciliação desses valores com os dois países estão em andamento.
O governo brasileiro defende no G20 um pacto global para a renegociação das dívidas dos países mais pobres, visando permitir investimentos em projetos sociais e na mitigação dos efeitos das mudanças climáticas. A retomada do diálogo com Cuba e Venezuela visa encontrar soluções para quitar as dívidas, sendo que o Brasil discute diferentes formas de pagamento, como energia elétrica e petróleo.
Por fim, o governo busca no Congresso autorização para que o BNDES volte a financiar obras e serviços no exterior. Apesar das polêmicas envolvendo inadimplência e corrupção, essa prática é comum entre os grandes exportadores mundiais e conta com o apoio do setor produtivo. No entanto, especialistas destacam a importância de critérios técnicos rígidos e transparência nas operações para garantir benefícios efetivos, sem se guiar por escolhas políticas.









