Brasil negocia com EUA quatro dias antes da nova tarifa de 50% sobre produtos brasileiros; Alckmin menciona plano de contingência em elaboração.

Com a iminente implementação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros pelos Estados Unidos, o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, destacou a relação tensa entre os dois países. Em entrevista concedida após o lançamento do Programa Acredita Exportação, Alckmin enfatizou que o Brasil está mantendo um diálogo cauteloso com o governo americano, enquanto as discussões sobre o impacto da nova taxação continuam a ser prioridade.

“Estamos permanentemente no diálogo e quero afirmar que estamos conversando por canais institucionais, mas com reservas”, declarou o vice-presidente, sem entrar em muitos detalhes sobre o teor das conversas ou o plano de contingência que está sendo elaborado para mitigar os efeitos da taxa sobre os setores vulneráveis.

Recentemente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também reiterou que um plano de socorro para os setores impactados pela taxação deveria ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas próximas semanas. Entre as possíveis medidas, estão propostas de linhas de crédito focadas em empresas exportadoras, tendo em vista o cenário desafiador que se aproxima.

Em meio a isso, o Programa Acredita Exportação foi destacado por Alckmin como uma iniciativa essencial para estimular o crescimento de micro e pequenas empresas que atuam no comércio exterior. A proposta, que foi assinada em decreto pelo presidente Lula, enfatiza o apoio ao multilateralismo, um dos pilares da política externa brasileira. Alckmin afirmou que a implementação do programa, programada para o dia 1º de agosto, coincidirá com a entrada em vigor da tarifa imposta pelos Estados Unidos e promete oferecer um alívio financeiro significativo aos pequenos empresários.

De acordo com o novo programa, as micro e pequenas empresas que realizarem vendas internacionais terão o direito de ressarcimento equivalente a 3% das receitas obtidas com essas exportações, podendo esse retorno ocorrer de forma direta ou por meio de compensação de tributos federais. Essa ação busca equilibrar os impactos da tarifa e fomentar a competitividade das pequenas empresas no cenário global, em um momento em que o comércio internacional passa por grandes transformações.

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