A embaixadora Gisela Padovan destacou que a integração regional sempre foi uma prioridade para Lula, conforme expressa na Constituição brasileira, que aponta a importância da construção de uma comunidade de nações latino-americanas e caribenhas. A secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores reitera que a cúpula simboliza um passo crucial na revitalização da entidade, após anos de enfraquecimento e a retirada do Brasil do bloco durante a administração anterior. Sob a liderança de Lula, o país rapidamente reafirmou seu compromisso com a Celac.
O retorno do Brasil à organização ocorre em um contexto de desafios regionais exacerbados. Um dos temas de destaque da cúpula é a questão da imigração, com planos para reativar um grupo de trabalho específico na Celac. A reunião também se dá em meio a tensões decorrentes das novas políticas de imigração dos Estados Unidos e da guerra tarifária iniciada pelo governo anterior dos EUA. Embora as tarifas não estejam na pauta oficial, os impactos das políticas norte-americanas sobre a região são inevitáveis.
Espera-se que a cúpula, além das discussões habituais, anuncie a transferência da presidência do bloco de Honduras para a Colômbia. A reunião deve contar com a presença de líderes de peso da região, como Claudia Sheinbaum do México, Gustavo Petro da Colômbia, Luis Arce da Bolívia, e Miguel Díaz-Canel de Cuba. Entre as propostas inovadoras apresentadas pelo Brasil está o apoio à candidatura de uma mulher latino-americana para o cargo de secretária-geral das Nações Unidas, à medida que o mandato de António Guterres se aproxima do fim.
Fundada em 2010, a Celac não é apenas um fórum diplomático, mas uma plataforma vasta que representa uma região com mais de 22 milhões de km² e uma população combinada de 670 milhões de pessoas. Esta cúpula simboliza não apenas um reforço dos laços regionais, mas também uma afirmação da importância estratégica da cooperação latino-americana e caribenha em um mundo cada vez mais globalizado e desafiante.