Na qualidade de presidente do BRICS em 2025, o Itamaraty já tinha previamente reconhecido a importância da entrada da Indonésia. Em uma declaração oficial, o governo brasileiro acolheu a nova parceria, sublinhando que a Indonésia compartilha a visão de reforma das instituições de governança global e um compromisso com a colaboração entre países do Sul Global — questões que são prioritárias na agenda brasileira à frente do bloco.
Diferentemente de outros países que entraram como associados, a Indonésia será um integrante pleno, recebendo assim direitos iguais de voto e participação ativa nas decisões que moldam as diretrizes do BRICS. A adesão da Indonésia é vista como um passo significativo, pois o país é a maior economia do Sudeste Asiático e possui um crescimento econômico robusto, atraindo investimentos de diversas potências globais.
A política externa do novo presidente indonésio, Prabowo Subianto, que assumiu o cargo em 2024, enfatiza uma postura multilateral e universalista. Ele pretende fortalecer a presença da Indonésia em heterogêneas alianças internacionais, mantendo diálogos com potências ocidentais, além de China e Rússia. Especialistas percebem na adesão ao BRICS uma oportunidade para que a Indonésia busque maior influência nas questões globais.
Analistas destacam que a entrada da Indonésia no BRICS não apenas reforça a representatividade do Sul Global, mas também é estratégica para o bloco, que agora conta com um país que possui laços positivos tanto com o Ocidente quanto com nações orientais. Este aspecto, aliado ao histórico da Indonésia como um líder no movimento anticolonial, confere ao BRICS um novo vigor e uma amplitude geográfica sem precedentes.
Além da Indonésia, o bloco se prepara para receber mais oito países como associados, o que representa um desafio e uma oportunidade para o Brasil. A presidência brasileira buscará um processo de expansão que seja consistente e transparente, com um enfoque na institucionalização do BRICS e na definição de regras que facilitem a participação ativa desses novos parceiros.
Os temas centrais da presidência brasileira incluem governança digital, inteligência artificial e reforma tributária internacional. Com a próxima Cúpula de Chefes de Estado programada para junho no Rio de Janeiro, o Brasil está se preparando para liderar discussões que poderão moldar o futuro do bloco e reafirmar sua importância nas dinâmicas de poder globais.