Nos últimos dez anos, o número de matrículas em educação especial mais que dobrou, passando de 930,6 mil em 2014 para 2,07 milhões em 2024. Esse crescimento é um reflexo positivo da inclusão nas escolas, onde 92,6% desses alunos estão integrados ao sistema regular de ensino, convivendo com colegas sem deficiência e tendo direito ao apoio especializado necessário. Contudo, a realidade enfrentada nas salas de aula ainda é desafiadora: o aumento no número de docentes preparados para essa função tem sido insuficiente para atender à demanda crescente.
Em 2014, havia 97,1 mil docentes habilitados especificamente em educação especial, representando apenas 4,4% do total de professores. Apesar de um ligeiro aumento, com o número subindo para 151,3 mil em 2023 e correspondendo agora a 6,4% do total, a taxa de crescimento tem sido minúscula, apenas 0,2 ponto percentual ao ano. Este progresso é preocupante em comparação com a quantidade de alunos que necessitam de um ensino adaptado e especializado.
Se essa tendência se mantiver, será impossível garantir que, em um futuro próximo, todos os 2,2 milhões de professores no Brasil sejam devidamente capacitados para lidar com os desafios que a educação inclusiva demanda. Essa situação exige ações urgentes e concretas por parte das autoridades educacionais, afim de assegurar que a formação de docentes na área de educação especial receba a atenção e os recursos necessários para promover uma inclusão efetiva e de qualidade.