Brasil Leva EUA à OMC em Defesa do Comércio Multilateral
Em um movimento significativo para a economia global, o governo brasileiro, sob a liderança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, decidiu acionar os Estados Unidos na Organização Mundial do Comércio (OMC). A decisão veio como resposta às tarifas comerciais impostas pela administração anterior de Donald Trump, que impactaram diversos setores da economia brasileira.
O pedido de consulta foi formalizado na quarta-feira, 6 de agosto de 2025, e enviado à missão americana na OMC. Embora as expectativas de um resultado prático sejam baixas devido à necessidade de aceitação por parte dos EUA e à paralisação da última instância da OMC, a iniciativa é vista como uma defesa simbólica do multilateralismo e das normas internacionais que regem o comércio. O Palácio do Planalto considera que essa ação é um passo vital na diplomacia econômica brasileira.
Este movimento ocorre apenas dois dias após uma reunião do Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior, presidido pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e compostos por ministros importantes, como Fernando Haddad e Simone Tebet. A reunião teve como tema central a situação comercial do Brasil, principalmente no que diz respeito às tarifas americanas que, segundo o governo, infrinjam compromissos como a cláusula da Nação Mais Favorecida e limites tarifários previamente estabelecidos.
A fase atual da iniciativa requer que o país reclamante solicite informações detalhadas sobre as práticas comerciais contestadas e proponha modificações. Caso não haja um acordo em um prazo de 60 dias, o Brasil poderá pedir a criação de um painel para analisar a questão. Este painel será composto por especialistas que avaliarão a conformidade das tarifas com os acordos da OMC. A expectativa é que esse processo se estenda por um ano ou mais.
Se houver um desfecho desfavorável para os EUA e eles optarem por recorrer, a situação será encaminhada ao Órgão de Apelação, que é a última instância de decisão. No entanto, essa estrutura já enfrenta dificuldades desde 2019 devido ao bloqueio imposto pelos EUA, dificultando a resolução final de inúmeras disputas.
Esse ato do Brasil reflete uma crescente insatisfação com as práticas protecionistas e ressalta a necessidade de fortalecer o sistema comercial multilateral, especialmente em tempos de incertezas políticas. O governo Lula espera que essa ação não apenas defenda os interesses econômicos brasileiros, mas também fomente um debate maior sobre o futuro do comércio internacional e a cooperação entre as nações.