A planta piloto, inaugurada em abril, apresenta um método avançado de transformação de argila iônica em carbonato de terras raras sem a necessidade de explosivos ou trituração, minimizando o impacto ambiental. De acordo com dados da Agência Nacional de Mineração (ANM), essa técnica não gera resíduos líquidos e dispensa barragens de rejeitos, permitindo a reutilização de 95% da água utilizada e a recuperação de 99% do principal reagente, um fertilizante natural.
A argila utilizada possui uma concentração de cerca de 0,1% do carbonato; após o processamento, esse nível se eleva para mais de 95% dos quatro principais elementos: neodímio, praseodímio, disprósio e térbio. Esses processos são fundamentais, uma vez que uma tonelada de argila iônica é necessária para produzir um quilo do carbonato desejado. Importante destacar que essa etapa é apenas o começo da cadeia de valor na produção de terras raras, pois ainda será necessária a separação de cada um dos elementos.
Com a crescente demanda por esses materiais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou à equipe do Ministério de Minas e Energia que intensifique o mapeamento geológico do Brasil. Atualmente, apenas 27% do território nacional está mapeado em um modelo considerado detalhado, deixando mais de 70% do solo brasileiro sem conhecimento técnico apurado. Apesar disso, o país é o terceiro maior detentor de reservas de terras raras do mundo, ficando atrás apenas de China e Vietnã segundo o Serviço Geológico dos EUA.
Assim, a nova planta em Goiás não apenas representa uma avanço no uso sustentável dos recursos naturais, mas também um passo estratégico para posicionar o Brasil como um player importante no mercado global de terras raras, essencial para a industrialização moderna e a transição para tecnologias mais sustentáveis.
