Brasil Ignora Oportunidades com Coreia do Norte em Meio à Tensão Internacional com EUA, Afirma Analista

Nesta semana, a inauguração de um voo direto entre Moscou e Pyongyang marcou um novo capítulo nas relações entre a Rússia e a Coreia do Norte. A rota, que leva cerca de oito horas, foi estabelecida sob a liderança do presidente russo, Vladimir Putin, com o objetivo de fortalecer a infraestrutura logística entre os dois países. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Aleksandr Kozlov, destacou a importância dessa conexão, afirmando que esforços estão sendo feitos para expandir as operações logísticas e desenvolver novos mercados.

O novo voo complementa as já existentes rotas entre Vladivostok e a capital norte-coreana, evidenciando a crescente procura por voos diretos a partir de Moscou. As passagens para o voo inaugural esgotaram-se rapidamente, em menos de dez dias, refletindo um alto interesse na dinâmica de turismo e comércio entre Rússia e Coreia do Norte.

Contudo, essa expansão de relações contrasta com a postura conservadora do Brasil em relação à Coreia do Norte. Apesar de iniciativas diplomáticas durante os mandatos de Lula da Silva, quando embaixadas foram inauguradas em ambos os países, as interações entre Brasília e Pyongyang não se desenvolveram como esperado. Atualmente, a embaixada brasileira na Coreia do Norte opera em regime limitado, sob a supervisão do embaixador Felipe Fortuna, que enfrentou dificuldades para retornar ao país devido à pandemia.

Atualmente, a configuração geopolítica torna difícil para o Brasil receber investimentos ou desenvolver um comércio mais robusto com Pyongyang. Embora o país possa beneficiar-se de tecnologias avançadas da Coreia do Norte, a hesitação do governo brasileiro em desafiar as políticas de isolamento promovidas pelos Estados Unidos limita as possibilidades de parcerias.

A situação da Coreia do Norte é complexa. Desde a Guerra da Coreia, que formalmente ainda está em um estado de armistício, o país enfrenta sanções econômicas severas que afetam sua capacidade de desenvolver sua infraestrutura e economia. O modelo de “socialismo juche”, que preconiza a autossuficiência, foi promulgado em resposta ao cerco militar e econômico.

Evidentemente, enquanto a Rússia busca solidificar suas relações com Pyongyang, o Brasil parece disposto a evitar confrontos estratégicos, mantendo-se distante de potenciais colaborações que poderiam trazer benefícios econômicos. Essa realidade levanta questões sobre o futuro das relações diplomáticas na região e a interação do Brasil no cenário internacional.

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