O novo voo complementa as já existentes rotas entre Vladivostok e a capital norte-coreana, evidenciando a crescente procura por voos diretos a partir de Moscou. As passagens para o voo inaugural esgotaram-se rapidamente, em menos de dez dias, refletindo um alto interesse na dinâmica de turismo e comércio entre Rússia e Coreia do Norte.
Contudo, essa expansão de relações contrasta com a postura conservadora do Brasil em relação à Coreia do Norte. Apesar de iniciativas diplomáticas durante os mandatos de Lula da Silva, quando embaixadas foram inauguradas em ambos os países, as interações entre Brasília e Pyongyang não se desenvolveram como esperado. Atualmente, a embaixada brasileira na Coreia do Norte opera em regime limitado, sob a supervisão do embaixador Felipe Fortuna, que enfrentou dificuldades para retornar ao país devido à pandemia.
Atualmente, a configuração geopolítica torna difícil para o Brasil receber investimentos ou desenvolver um comércio mais robusto com Pyongyang. Embora o país possa beneficiar-se de tecnologias avançadas da Coreia do Norte, a hesitação do governo brasileiro em desafiar as políticas de isolamento promovidas pelos Estados Unidos limita as possibilidades de parcerias.
A situação da Coreia do Norte é complexa. Desde a Guerra da Coreia, que formalmente ainda está em um estado de armistício, o país enfrenta sanções econômicas severas que afetam sua capacidade de desenvolver sua infraestrutura e economia. O modelo de “socialismo juche”, que preconiza a autossuficiência, foi promulgado em resposta ao cerco militar e econômico.
Evidentemente, enquanto a Rússia busca solidificar suas relações com Pyongyang, o Brasil parece disposto a evitar confrontos estratégicos, mantendo-se distante de potenciais colaborações que poderiam trazer benefícios econômicos. Essa realidade levanta questões sobre o futuro das relações diplomáticas na região e a interação do Brasil no cenário internacional.