O governo brasileiro está na expectativa de não ser prejudicado pelo tarifaço planejado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem previsão de ser anunciado nesta quarta-feira. O ministro da Economia, Fernando Haddad, declarou que seria surpreendente se o Brasil fosse alvo de retaliações comerciais por parte dos EUA.
Haddad enfatizou que os EUA possuem uma posição favorável em relação ao Brasil, já que o país norte-americano apresenta superávit tanto na exportação de bens quanto de serviços para o Brasil. Durante uma viagem a Paris, o ministro destacou a importância da relação comercial entre os dois países e ressaltou que não há motivos para taxar os produtos brasileiros.
O comércio bilateral é vantajoso para os EUA devido ao fato de que o Brasil importa mais do que exporta para os norte-americanos. Portanto, Haddad acredita que não haveria justificativa para a tributação dos produtos brasileiros, o que poderia causar estranheza diante da cooperação existente entre os países.
Em meio às discussões sobre o possível tarifaço de Trump, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou, por unanimidade, um projeto de lei que visa estabelecer a reciprocidade comercial, permitindo que o Brasil possa retaliar medidas comerciais unilaterais que prejudiquem sua competitividade. O texto agora será analisado pela Câmara dos Deputados.
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento e Comércio, Geraldo Alckmin, elogiou a iniciativa do Legislativo, porém salientou a importância do diálogo como forma de buscar soluções. Alckmin concordou com Haddad ao afirmar que, devido ao superávit que os EUA possuem em relação ao Brasil, o país sul-americano não deveria ser impactado pelo tarifaço de Trump.
Diante disso, o Brasil espera que as relações comerciais sejam preservadas e que a cooperação entre os dois países possa ser fortalecida, visando o benefício mútuo das partes envolvidas.